Imagem: Arte Mara Pontes
VERSOS MORTOS
Marlene Constantino
Meu verso, hoje frio e taciturno,
um negro véu encobrindo o céu
molhado pelo noturno orvalho.
Traço amarrotado e mal fadado
num cortejo de palavras veladas
em um cenário de verbos mudos.
Desprende essa abafada saudade
profunda dentro do peito.
Sorve um beijo mudo, a boca morta.