Marlene Constantino

Cada pedacinhos de sonhos guardados, quando tocados renascem, voam como borboletas

Textos



O PESO DE UM ESTIGMA

No porão da tua escuridão
eu era um rato.
Em baixo do teu sapato
eu comia o resto do lixo
que você esqueceu de varrer.
Se você não me queria
Quem haveria de querer
um rato tão feio?
Eu era apenas um menino negro!
Você me deixou sozinho!
Você não sabia, eu tinha um amigo
chamado Ben.
Ben era bom comigo, dócil e corajoso
tão querido como um rato branco.
Ben brincava comigo
e eu sonhava com Ben
"e eu até costumava dizer eu e eu"
em minhas noites brancas.
Quem era um rato, eu ou o Ben?
Eu o via assim,
tão negro e tão branco em mim.
Você não viu,
Mas um dia você saberá
que Ben aos poucos me vestia
tão branco, tão diferente do negro
que um dia você rejeitou.

26/06/2009

Homenagem ao cantor Michael Jackson
in memorian
Marlene Constantino
Enviado por Marlene Constantino em 30/04/2015
Alterado em 13/01/2016
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