Imagem: Art Rita Lopes
CIRANDA DO TEMPO
Marlene Constantino
Cambaleou, tropeçou,
desfalecido caiu...
do pedestal que o erguia
dos holofotes que o acendia.
Nem deu tempo de respirar
o novo minuto. Acabou!
Tudo virou retrospectiva.
Foi só uma viagem na ciranda do tempo...
O riso festivo da meia-noite,
eclode na estação...
Hora de descer da ilusão.
Na bagagem?
as conquistas, um amontoado de sonhos,
boas lembranças...
Algumas lágrimas escorregadias -
aquelas que esqueceram de secar.
Fogos de artifício explodem no céu
anuncia um novo tempo
colorem os olhos de esperança
e os risos abrem-se soltos nas gargantas,
como se tudo fosse diferente.
Embarcamos mais uma vez na ilusão dos ponteiros...
na mesma roda, vestidos de roupa nova.
A vida segue seu curso e eu adoro viver.
Cada ano que se inicia pra mim é uma benção.
Não sei quantas viagens ainda tenho pra embarcar
só sei que em cada uma penso:
"O tempo será bom comigo"
"O que vou fazer é segredo. Eu não digo!"