UM SOL NA ESTRADA
Marlene Constantino
Eu vi, ah tantas coisas já vi,
o sol, o vento, a chuva, a lama,
a vida no fim da linha
nascendo e renascendo...
Quantas vezes, jovem envelheci,
quantas rejuvenesci!
Foram tantos sentimentos vividos,
tecidos com arte no coração.
Menina forçada a crescer...
Hoje a mulher apaixonada
que ainda insiste ser menina.
O tempo caminha a passos largos
eu sei e, cá não posso parar,
mas não faço questão de o alcançar.
Quem disse que não posso sonhar?
Sonhar até que o chão desapareça
embaixo dos pés. Utopia?
Ilusão é acreditar que se pode
encostar na idade e me privar de amar!
Quero amar até que sequem os rios
até que a rosa perca os espinhos
sentir a vida, respirar até o fim de mim.
Ah esse jogo é tão fascinante:
- driblar o tempo, sonhar, amar, realizar
e me encantar com a verdadeira bonança.
05/02/2010