Marlene Constantino

Cada pedacinhos de sonhos guardados, quando tocados renascem, voam como borboletas

Textos


Imagem: Arte Mara Pontes

A POETISA E O VELEIRO
Marlene Constantino

Hoje não sinto, nem sou sentida...
Hoje não brilho, não tenho luz...
Não sou lua, não sou sol...
Sou apenas poesia no interior de um veleiro,
que o tempo envelheceu
em qualquer porto ancorado.

Hoje, sou uma poetisa a mais
que canta para o vento...
Sou uma poetisa a mais que pisou em teu convés...
Como um sopro de vida, fiz balançar
sob as velas, a tua carcaça..

Pisei em teu convés para içar-te as velas..
Pintar teu mundo com as cores do arco-íris..
Salpicar estrelas como fogos de artifício,
colorir teu céu escuro.
Levar um raio de sol para aquecê-lo
como um agasalho a envolver uma criança.

Hoje, sou uma poetisa a mais
que canta para o vento...
Sou uma poetisa a mais que pisou em teu convés...
Que tentou num ato de esperança,
fazer soltar tuas amarras...
Numa viagem impetuasa de sonhos,
quis carregá-lo mar afora.

Majestoso veleiro, quis mostrar-te,
que se a vida é vida ainda quando morte,
logo esta tem sabor de vida, então prove-a por inteiro.

Quando o mar estiver em calmaria
olhe para o céu, verás a poetisa,
personificada num pássaro,
voando na mais profunda intimidade
com tudo o que é perene..
Lembrarás da passagem dela por ai!!

Tenha por certeza,
Ela espera a hora de renascer...
Num porto distante encontrará, a poetiza,
um veleiro reformado,
majestoso enfeitando o mar azul...
Suave em seu velejar e flexivel no seu pensar!!
Marlene Constantino
Enviado por Marlene Constantino em 26/06/2006
Alterado em 21/04/2017
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