NA NOITE ELE VEM...
Marlene Constantino
Ao cerrar do olhar,
abrem-se as cortinas, acende os holofotes,
desenha-se a paisagem e eu,
como folha flutuante, vou pelas trilhas
do amor rumo a tal felicidade!
Carências travestidas em sonhos e fantasia:
- No beco aonde mora
abrem-se portas e janelas para a rua,
desperto, lá vem ele, tão nu, coberto
pelo manto branco da lua.
Presente da noite, do dia, para o meu deleite,
em delicias e carícias...
No sonho ele vem...
aflora meus tons num beijo como nunca fui beijada.
Deixa sua perpétua chama mergulhada em fontes de orvalho...
Depois? Um silencioso abandono...
Ah! mágica aparição, tortura e perdição,
ressurge pelos quatro cantos do olhar,
queima como fogo, escorre como água para o oceano.
Ah! Perverso amor
louco desejo de mais um pouco sucumbe em gritos.
Eu como folha flutuante despenco,
fico no fio como ave a tremular de frio.
21/08/2011