BEIJA-ME
Marlene Constantino
O beijo que não esqueço
é aquele
que escrevo e reescrevo.
Virou página
marcada na lembrança,
o gosto do batom,
misturado com o gosto
doce do teu mel.
Como esquece-lo, se de pensar
ainda faz enlouquecer.
Aquele jeito especial
de tocar, afagar os lábios,
adentrar, penetrar,
ultrapassar os sentidos.
Vem, beija-me, contagia-me,
penetra-me até o fim...
acalme as estrelas,
que novamente se agitam
no céu da minha boca.
Beija-me com irreverência,
com volúpia
morda-me a alma...
sana em mim essa louca
vontade de vê-lo
mais uma vez grudado
em mim, dentro
dos nossos infinitos fins.
14/10/2009