IRREVERENTE
Marlene Constantino
Vivia contente , lábios rubros
desenhando a flor alegria.
Assim me via: - Sem aflitos dias,
como suave bailarina
espargindo a alma num gesto natural,
voejando no ar um compasso ridente.
Até que, ceifastes meu riso
com a tua malévola irreverência.
Num balé de emoções:
- Insisto, circundo-te as costas.
Tirano desprezo, meus olhos assistem.
Profundo desencanto.
Suspiro magoado no peito,
cadente voz que o mar recolhe:
- A calma perdida nos dias meus.
14/03/2010