ERAM NEGRAS AS ROSAS
Marlene Constantino
Houve noites, em que vozes ouvi...
Clamavam as chagas,
qual lábios de rosas magoadas.
Houve noites,
em que o desespero era tanto,
qual choro de mar agonizando.
Podia gritar...
gritar até romper um soluço.
Sacolejar o silêncio
até que todas as vozes pudessem escapulir,
mas não o fiz.
Por que às vezes o mar agita tanto?
Por que as ondas não voam como o vento?
Por que as rosas exalam cheiro de morte?
E, os lábios continuam silentes...
As palavras rolam dos olhos ocos e secos
como se quisessem pousar em pedras e florir.
Ah se tu pudesses, beijar minh' alma agora!
27/01/2010