PERDIDA_MENTE BÊBADA
Marlene Constantino
Perdoa, se estou vendo um tanto destoado.
A vida, dia após dia, se esvai em fumaça.
Perdoa, se rompo com esse trato, o destino
também se cumpre em hora fatídica.
Explicação pra quê?
Se, o mundo das palavras também,
se corrompe, ilusões ou verdades inexatas,
confusões, pensamentos misturados.
Deixo-me ir nesse laço afrouxado.
Sem compromisso?
A garganta engoliu o último gole,
os olhos chorou a última lágrima,
a boca vomitou o último grito.
Fui o último bêbado a cambalear.
O último?
Dizem que os últimos, serão sempre os primeiros.
Não sei, tudo gira lentamente, ainda tentando ver
os ponteiros do relógio, avançar nas horas...