UM CANTO PARA O MEU CANTO
Marlene Constantino
Procuro um canto barulhento,
que acabe com o silêncio
e, escorra pela ribanceira toda solidão.
Que alegre meu canto triste
quando invento modinhas para esquecer
o naufrágio das tantas certezas.
Procuro um canto branco,
onde a chuva não precisa ser entendida,
e que se faça cântaro para a última gota.
Um canto consolador...
Mesmo não sendo ele encantado,
onde eu possa beijar a noite, sobrevoar o mar !
Depois?
Voltar para casa acreditando no sopro divino.
Poder abrir portas e janelas...
Agarrar aos movimentos do coração
levar meus passos
aonde eu possa ouvir meu grito.
10/01/2011