“Sou entre flor e nuvem, estrela e mar. Por que havemos de ser unicamente humanos, limitados em chorar? " (Cecília Meireles)
PEGADAS – Marlene Constantino
Hoje, mais uma vez me deparo olhando o horizonte, pés na areia, brincando com as ondas que vêm roçar os meus pés. È tão lindo o mar, mesmo quando não está azul, refletindo um céu cinzento.
Interessante como a brisa do mar tem o poder de trazer tantas recordações, tantos sentimentos, tantas visões e, não importa se real ou sonhos, há sempre algo muito forte a me carregar para os braços do oceano.
Continuo caminhando, mas o pensamento é alado, vai muito além dos pés. Mesmo eu sendo este ser pensante, desenfreado nas idéias, algo me diz: - “Vai devagar”.
E, eu vou, colhendo pedrinhas coloridas, conchinhas, me consolando com os quero-queros. Uma forma de pousar no solo e ali permanecer.
Deixo-me ficar assim, meio que congelada, e sei que a alguns passos dali o coração vai bater novamente e dizer:- Continue sonhando, mas viva.
Assim vou, seguindo e deixando pegadas na areia, sonhando alto porque sei, que mais adiante, vou desenhar aquele horizonte: - Você, eu, um livro, um poema. Desenhar por um momento o encanto das ondas do mar, enquanto a beleza for a bailarina do instante.