LOUCAMENTE
Marlene Constantino
Vou rabiscando o escuro
Pinto as paredes em preto azulão,
um fio de sombra e cruz nos cantos.
Monto um cenário no teto
com bocas escancaradas
e risos alucinados,
dançarinos num ritual profano...
Negro ficou o oceano
Olhar em chafaris em escorrido coração.
Giro, giro, rodo e piro...
Escondo a pena, encurto a cena
Lanço do peito tão dolorido grito !
Quem enfeitiçou o amor...
ou enfeitiçada estou?
Não me pergunte se bebo ou fumo,
se retalho o peito ou insana escrevo.
Do vinho nada sobra
da minha loucura ainda resta um tanto.
18/07/2010