Imagem: Arte Neusa Suely
OUÇO E SINTO!
Marlene Constantino
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Como duas conchas em estado de graça
meus ouvidos estão em alerta a ecos errantes...
Tempestivo é o grito dos trovões.
Coração acelerado, debatendo-se em perpétua chama,
Sinto os estilhaços da alma trepidando no vento,
mares agonizando em tremores infindos.
Mundo estranho esse dos vulcões,
com suas bocas sugando o fundo do poço,
explodindo suas chagas, escorrendo suas dores.
Infinito é o gozo adormecido em suas lavas.
Com duas asas escondidas, meu coração espreita
o inaudível grito do silêncio: - A cotovia chora
seu gemido solitário, quebranto do mar
em trêmula concha na palma da minha mão.
Há quem emboca seus travos, quem se liberta dos entraves....
Mas eu? sou apenas ouvidos, às vezes asas que se alevanta,
outras vezes laços que apertam e me trazem de volta.
Marlene Constantino
18/02/2010