NA PONTA DA LINGUA
Marlene Constantino
^A^¤Söl*®
Hoje o silêncio
Extremo, absoluto, mortífero.
As palavras?
Em queda num abismo profundo...
Lábios cerrados, sem gritos;
Ouvidos, aguçados frente ao inaudível...
Pasma, perplexa, incompleta.
Versos sem som, sem vida, sem canção.
Movimento lento e silencioso
como noutra dimensão.
Dizem que é preciso silenciar
para encontrar as palavras certas,
mas estas estão todas aqui,
na ponta da língua sem poder dizê-las,
sem fazer ouvir.
30/01/2021