A ORQUESTRA
Marlene Constantino
Num dedilhar atrevido,
deu-se o tom, o acorde,
num breve ensaio.
Os corpos vão
exalando a melodia,
num prelúdio
da mais bela sinfonia.
Instrumentos tocados,
em quatro mãos
Um corpo se inflama,
se eleva, entoa
o outro tão lânguido,
vibra na cantata,
Serpenteiam os acústicos,
notas a voar, êxtase no ar.
Vem amor!
Cubra-me de canção.
INSTRUMENTO
Marcos Sergio T. Lopes
Toque que sacode
Absorve...
Leva-me em seus acordes.
Eu e você
Um resvalar que explode
Um canto cheio de encanto.
Toca-me
Deixa que eu te percorra
Atingindo todas as notas.
Nada para dizer
Só o peito arfando
Respiração ofegante.
O calor...
O beijo...
Corpos entrelaçados
Grandes gemidos
Consumindo todas as notas.
Você e eu...
Nossos corpos ardentes
E a canção totalmente composta.
Ah Música!
Maria Thereza Neves
que me arranca do chão
me arrebata
me tira a alma
me faz nota, solfejo
roça-me como fosse teclado
nem sei quem mais sou .
Ah música que me desgarra
dedilha-me por dentro
como suave vento ...
sou som, sou viagem
levito num sonho
nos altos e baixos
eternamente crescendo !
E sou ponte
unindo acordes
deslizando compassos na pele
partituras de estrelas
dos intervalos, das sombras
escada, escala
ligando horizontes !
19/07/08
Marlene Constantino e Marcos Sergio T. Lopes e Maria Thereza Neves