EXÍLIO
Marlene Constantino
^A^¤Söl*®
Canto vazio, onde soa apenas o silêncio...
voz que reflete a mudez que não contesta,
veste de sombra o céu da minha aurora.
O manto da saudade cobre-me a alma,
em véus de sedas vem vendar-me os olhos.
Ah...Só quero sentir, chorar não quero!
Mas a lembrança brinca sorrateira,
dança de imagens a percorrer a mente,
o reavivar dos sonhos que exilei...
Escuto soar os risos, que ouvia outrora,
o toque das mãos, o beijo tão sonhado.
Ah...Só quero sentir, chorar não quero!
Este canto sem som, vestido de silêncio
refúgio manso que o coração recolhe,
espaço brando transformado em paz.
Não quero chorar, que venha o riso
só quero sentir, viver um pouco mais
dentro de mim as minhas asas.