TE CHAMO AMOR
Marlene Constantino
Rosa por que te chamo,
se a boca do tempo não diz mais nada.
Parece que a âncora afundou no mar
e tudo parou.
A viagem? O barco encalhou?
Rosa por que te chamo?
Se sou flor fora da haste,
o que me espera?
Se sou peixe fora da água
em praia deserta, o que me espera?
O mar partiu-se em dois,
quebrei como cristal...
Sinto cheiro de abandono, flor em maresia.
Meus apelos desaparecem no oceano!
Meus ecos se perdem entre os rochedos.
Rosa por que ainda te chamo?
Se tantas flores me acenam em meu jardim,
me cobrem com o mesmo manto, que me agasalhou?
As flores se curvam quando te chamo
jogam pro ar a lágrima, que eu chorei.
Meu grito soa como um adeus,
mas se te chamo Rosa, se te chamo Amor
é porque eu não quero te chamar Dor...
30/07/2008