PRA NÃO DIZER QUE TE AMO
Marlene Constantino
Ah o que mais posso
ser pra você
se tudo que há em mim
é sobra
de desilusões constantes?
Já me acostumei com essa
vida rasgada,
com esse frio cortante.
Nada em mim mais
há de vingar.
Deixa-me aqui
lambendo feridas,
engolindo o fel ao vinho.
Vá, leve consigo
sentimentos regados a mel,
são fantasmas,
me apavoro, grudam em mim .
Vá, deixa-me aqui
Rasgando as minhas víceras.
Rejeito, padeço,
não grito,
não peço clemência...
Morro, mas não digo que te amo.