Marlene Constantino

Cada pedacinhos de sonhos guardados, quando tocados renascem, voam como borboletas

Textos


MÓRBIDO SILÊNCIO
*Marlene Constantino*
 
 
As vezes o silêncio perde a cor e nada traz.
Vai galgando os montes, atravessando mares,
num calar que até parece a mórbida morte.
 
Nada é manifesto, nada se fala ou reflete.
Só um sol sem tom, deslizando  se desfaz
num ritual, cerrando as cortinas do olhar.
 
Um doído lamento soprou na voz do vento,
sombreando os vales, trazendo na garganta
um oculto murmúrio,  soletrando o adeus.
 
01/04/2008

 
MORBIDEZ SILENCIOSA
Walterbrios (in memoriam)

Que cor qualquer poderia trazer o silencio?
somente um rito de dor é que poderia advir,
qual mórbido prazer em um doente vício,
que em pleno silencio alguém se deixa sentir.
 
Quem morre no silencio, por si somente morre,
quem fica, escuta seus próprios ares,
isto porque atrás de si a morte também corre,
não se pode fechar a porta de todos lugares.
 
Nada se fala, nem o brilho do pensamento exala
como um sol atônito por detrás de negras cortinas,
ele mesmo foge e em montes e vales se resvala
o olhar nada mais olha e se cumprem as pardas sinas.
 
O vento só venta seu próprio intento e não lamenta
somente a carne e seus males suspiram sua dor,
mas no silencio se oculta a força, quem a escuta agüenta.
talvez apenas um soletrado e simples murmúrio de amor.

6/4/2008
Marlene Constantino e Walterbrios
Enviado por Marlene Constantino em 25/03/2016
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