O RETRATO
Marlene Constantino
Na madrugada fria,
em frente a uma fotografia,
a intuição vem me dizer,
que ela me ouve.
Tudo importa neste meu transe,
se ela fala, ou cala,
a sua imagem me sorri,
assim livre, eu também lhe sorrio.
Ela sabe, que eu canto no silêncio,
não importa a distância, que nos separa,
ela ilumina o meu interior.
Vou falando de amor, ela me olha e
seu olhar parece compreender
o que estou a lhe dizer.
Seu olhar consente, eu me torno serena.
e é assim que me permito sonhar.
Com amor, contemplo o seu semblante
e por esse caminho,
me perco em seus encantos.
Apenas e tão somente, num deslize
um tremor percorre os meus sentidos,
escorre por vias desconexas, provoca
essa insana vontade de tocar-lhe o coração.