NA FOLHA EM BRANCO - Marlene Constantino
Às vezes, quando estou em silêncio, sou levada pela minha mente à lugares que eu nem imagino conseguir chegar. Como é bom viajar, pela noite, pisar no mar, olhar para os vales, para as colinas, contar as estrelas penduradas no céu ao lado d'um amor verdadeiro. Como é bom viajar como pássaro errante, sonhando riso, respirando brisa, beijando a face daquele que toca a minh'alma. Será que em algum lugar, alguém me espera? Acredito que é preciso estar com um pé nos sonhos, para depois levá-los à realidade de um desejo.
Nem sempre consigo ficar muito tempo neste estado de graça. Um amontoado de sons, quebram o meu transe e uma avalanche de pensamentos vem me despertar, logo fogem da mira da minha consciência, e se perdem no escuro do meu oceano. Eu queria mesmo viver um punhado de sonhos que se amontoam nesta caixinha chamada coração, mas como vivê-los, se um par de asas é muito pouco para uma pequena voadora. Quem sabe um dia, cada um deles, cante para mim uma canção chamada esperança.