Imagem- Arte Mara Pontes
NO GALEÃO
Marlene Constantino
As horas se vão, não se cruzam,
simplesmente passam.
Estou nessa rota, sem volta.
Em asas de metal não se faz abraço.
Quando as águas se condensam
no olhar turvo, o brilho se apaga.
Estou embarcando para bem longe,
não sei para onde.
Em qual estrela me farei repouso?
Quem me esperou para sonho?
Deixo trilhas, mas sem pegadas,
no espelho, o contorno do beijo dado.
Lá, um lençol amarrotado, molhado
pelo sal de uma saudade morna,
cantou mudo o principio e o fim.
^A^¤Söl*®
15/12/2007