Imagem: Arte Mara Pontes
MEU BEM
Marlene Constantino
Foi o fim dum sonho, que era pra sempre.
Você soltou o laço, abriu-se o espaço.
O que era pra ser, não foi, ficou no vácuo.
Agora me diz, o que faço na dor silente,
no vazio do abraço, no desejo ardente,
no reflexo do espelho, na direção do passo?
Me diz, aonde eu errei, o que faltou?
O para sempre pareceu tanto tempo,
no corredor do sonho que não vingou?
Tanto, que agora, se desfaz na lágrima,
fazendo traço na fumaça de um cigarro,
num trago aflito de desesperança.
06/06/2008