Marlene Constantino

Cada pedacinhos de sonhos guardados, quando tocados renascem, voam como borboletas

Textos


 

ANDORINHAS

Marlene Constantino

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Quando eu era criança carregava um passarinho no bolso. Corria piando pela casa, cantarolando pelos quintais da infância; mas um dia eu cresci e meu pai me perguntou: - Cadê aquele passarinho que morava no seu coração? Faz tanto tempo que não ouço? E eu, não sabia responder, apenas sorria.

Hoje eu penso:- O passarinho continua aqui comigo, no meu pensamento, nas minhas palavras, nos meus sonhos, na minha fé, nas minhas asas.

Às vezes, perde-se pelo caminho e chora, mas aprendi que é a minha função ensiná-lo a voltar, a cantar e a sorrir novamente.

Hoje os meus quintais não são tão extensos como o da infância, mas eu descobri que lá fora, muitas andorinhas existem; vão e vem não só pra enfeitar o céu, mas para consolar o nosso coração.

 

18/10/2022

 

 

Marlene Constantino
Enviado por Marlene Constantino em 18/10/2022
Alterado em 18/10/2022
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Comentários
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Lourenço Oliveira
Passarinho real ou amiguinho imaginário da criança, voou quando a inocência deu lugar às "verdades" contidas nesta dimensão. Hora de libertar o adulto dessas "verdades" e deixar o passarinho retornar. Viva a criança que, felizmente, nunca nos deixa... embora se esconda!
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Claiton Scherer
Lindo seu trabalho poético obrigado por compartilhar.
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BARRETT
Que beleza meu caro poeta. Contando uma lembrança da infancia onde tinhamos fantasias, e tudo era ou não livre. Hoje, casa sem quintais vizinhos que não nos cumprimentam, e vem a saudade, e o jeito e sonhar, sonhar com o passado
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Candio Domingues
Parabéns pela inspiração, belíssima prosa poética. Abraços.



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