O CORAÇÃO É O POETA
Marlene Constantino - ^A^¤Söl*®
Mostrou-se inteiro, do céu até as entranhas do mar. Abriu janelas, não se escondeu em frestas.
Todos os seus mundos estavam ali como um livro aberto, não economizou páginas, nem palavras,
todos os sentimentos brilharam na pauta. Foram tantas emoções, que perdeu a conta das canções
escritas, cantadas nos frágeis poemas de amor.
Não há poesia sem a exposição da alma e do coração, mesmo que misturada a sonhos e fantasias.
Fragmentos de si mesmo emergem como sóis aos olhos dos mais sensíveis.
Ah como era verde o seu horizonte! E o mar? Ah o mar se derramava em azul aos seus pés!
Precisava mesmo escrever um clássico!
Mergulhou no mais profundo oceano, penetrou num céu tempestivo de angustias e desenganos e
na profundidade das águas encharcou-se e desmanchou-se em silêncio.
Ah ..O coração sempre tem grandes razões para querer declarar a sua obra perfeita.
Num clássico, ser ele “O verdadeiro” e " imortal poeta" !